Universidade
Federal do Pará
Instituto
de Ciências Exatas e Naturais
Faculdade
de Ciências Naturais
Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID
Elisangela Barreto Santana –
Graduando em Licenciatura Plena em Ciências Naturais
Projeto: A Educação de Jovens e Adultos com a utilização de Micro Temas
numa abordagem CTS
Belém – PA
2012
1 – Identificação:
Professores: João Barbosa
Elisangela B. Santana
Data: De 19/09/2012 a 04/10/2012.
Público Alvo: Alunos do 4º período ( 8º e 9º anos )do EJA, ensino
fundamental, da E. E. E. F. M. Vilhena Alves, turmas F4TJ01 e F4TJ03, que serão
chamados de turma A e turma B respectivamente, do turno da tarde.
2 – Tema:
A Educação de Jovens e Adultos com a utilização de Micro Temas
numaabordagem CTS.
3 – Objetivos:
Geral:
Desenvolver
habilidades e competências necessárias à tomada de decisões responsáveis sobre
questões sociais e ambientais.
Específicos:
Ao
final do projeto os alunos deverão estar aptos a:
Compreender
seu papel no equilíbrio e manutenção da vida na terra.
Propor
ações em favor de animais ameaçados de extinção em nossa região.
Defender
conceitos pertinentes ao uso responsável da energia nuclear.
Formular
propostas referentes à proteção da população quanto ao uso da radiação
ionizante nos hospitais e clínicas de Belém.
4 – Conteúdos:
A Hipótese de Gaia.
A Teoria da Evolução.
A seleção natural.
Biomas Terrestres e biodiversidade.
Ecologia.
Energia Nuclear e sua utilização.
5 – Introdução:
O avanço da Ciência e da Tecnologia tem
influenciado fortemente a Sociedade como um todo, refletindo em mudanças no
comportamento social, no desenvolvimento de habilidade e no uso dos recursos
naturais. Os impactos dessas mudanças tem sido objeto de debate, visto que
envolvem aspectos positivos e negativos para a sociedade e o meio ambiente,
segundo SILVA E KRASILCHIK.
Diante deste
dilema, a escola se vê no papel de contribuir para a Alfabetização
Científico-tecnológica (ACT) e proporcionar aos estudantes uma leitura crítica
do mundo em que vivem, o que envolve ter uma compreensão abrangente dos efeitos
da utilização do desenvolvimento Científico e Tecnológico na Sociedade (AULER,
2003). Para Freire (1987), no entanto, alfabetizar é muito mais que juntar
letras, ler palavras, antes, envolve proporcionar a leitura do mundo, o que
significa tornar o aluno um agente ativo nas decisões da sociedade civil, capaz
de entender plenamente seu papel; seus direitos e responsabilidades como
cidadão. À escola, cabe conduzir o estudante a essa realidade e uma proposta é
uma metodologia educacional através da abordagem Ciência-Tecnologia-Sociedade
(CTS), por meio de micro temas., onde um tema de impacto social é utilizado
para estimular o aluno a aprender e desenvolver estratégias de ação frente à
problemática apresentada.
Assim, espera-se
alcançar um desempenho dos alunos, no sentido de sensibilizá-los a uma atitude
consciente que é o resultado da ACT, por meio de uma abordagem CTS, levando-os
a uma tomada de decisão crítica e construtiva tão necessária na sociedade
contemporânea (SANTOS e MORTIMER, 2001).
6 – Justificativa:
A abordagem CTS surgiu como contraposição ao ensino
conteudista, formalista e dogmatizante, falado e restrito ao livro didático;
tão comuns nas escolas há décadas, exigindo do professor uma auto-análise
quanto a que postura adotar; um professor conservador ou um professor
revolucionário (TEIXEIRA, 2003). A partir da postura revolucionária, onde o
professor assume o compromisso de contribuir para a emancipação dos estudantes,
o presente projeto propõe a utilização de micro temas como recurso metodológico
ao abordar assuntos referentes à ecologia e energia nuclear.
Os Micro temas tem sido uma prática bastante
difundida entre professores de todas as áreas, primeiro por ser uma estratégia
de contextualização bastante eficaz, e depois, por permitir ao professor contemplar
os conteúdos curriculares em uma única aula ou uma unidade do programa, sem
abrir mão da ACT, esboçando assim a perspectiva CTS, ainda que de maneira tênue
(BRITO e GOMES,XXX).
A abordagem CTS por meio de micro temas se fará em
dois momentos: A apresentação do tema: Animais ameaçados de extinção da nossa
regiãoe Medidas de proteção radiológica nos serviços ofertados à população nas
clínicas e hospitais de Belém.
Quanto à primeira proposta, inspirada em Mol e
Santos (2000), seguirá os seguintes passos:
1 – Introdução do tema de relevância social.
2 – Problematização.
3 – Apresentação dos conceitos necessários à
abordagem do tema.
4 – Retomada do tema.
5 – Introdução de atividades relacionadas à tomada
de decisão.
Referente à segunda proposta, inspirada em
Aikenhead (1994), seguirá os seguintes passos:
1 – Introdução de um problema social.
2 – Análise da tecnologia relacionada ao tema
social.
3 – Estudo do conteúdo científico em função do
tema.
4 – Estudo da tecnologia correlata em função do
conteúdo apresentado.
5 – Discussão da questão social original.
6 – Apresentação das ações referente ao problema
social.
7 – Metodologia:
O projeto terá uma abordagem qualitativa
(SEVERNO, 2007) visto que se pretende estimular nos alunos atitudes que visem
melhorar a realidade em que estão inseridos, fazendo com que os mesmos
reconheçam seu papel na construção de uma sociedade crítica e participativa nas
decisões que envolvem a utilização de tecnologias resultantes da evolução
científica.
O projeto transcorrerá durante as aulas de
Ciências e será realizado em 8 horas/aulas em cinco encontros para a turma
F4TJ01 e 9 horas/aulas, divididos em três encontros para a turma F3TJO3, que
teremos num período de três semanas em sala de aula, sala de vídeo, além de uma
visita Museu Emílio Goelde. As atividades serão assim divididas:
TURMA
F4TJ01:
1º
MOMENTO: 2 AULAS
Os alunos serão conduzidos ao Museu Emílio
Goelde para uma visita, onde terão a oportunidade de ter contato com a flora e
fauna nativa e serão apresentados conceitos de ecologia: colônia, comunidade,
sociedade e ecossistemas. Ficarão a par dos animais de nossa região ameaçadas
de extinção e o que se tem feito no estado no intuito de preservar tais
espécies, bem como as leis de proteção ambiental vigentes. Nesta ocasião os
alunos serão instigados a refletir sobre seu papel na preservação ambiental,
começando com medidas simples como evitar a prática de manter pássaros em
cárcere; alimentar-se de tartaruga, jabuti, tracajá ou jacaré; fomentar ou
participar de briga de pássaro ou galo, além de serem estimulados a tornarem-se
multiplicadores da idéia.
2º
MOMENTO: 1 AULA
A problematização ocorrerá por meio de alguns
questionamentos feitos aos alunos:
ü
Qual a quantidade de animais é apreendida em
nossa região por ano?
ü
Quantas denúncias são recebidas e quais os
canais são disponibilizados para este fim?
ü
Quais as penalidades que os infratores estão
sujeitos e com que freqüência são aplicadas?
ü
Existem leis Federais e Estaduais que tratam
especificamente da proteção de animais ameaçados de extinção? Em caso positivo,
quais são?
ü
Que medidas são tomadas para manter a
população informada do problema em nossa região?
ü
Como cada um de nós pode contribuir para
evitar a extinção destas espécies em nossa região, bem como da prática de
ringas?
Em seguida os alunos serão
divididos em cinco grupos e cada equipe ficará responsável de encontrar a
resposta para cada uma das cinco primeiras perguntas. Além disso, cada equipe
proporá uma ação que responda a última pergunta.
Para que os
alunos possam compreender a relevância da ação humana sobre o meio ambiente,
serão apresentados os conceitos: A hipótese de Gaia, a Teoria da Evolução e
seleção natural.
3º MOMENTO:2 AULAS
A aula terá início com uma avaliação das
atividades desenvolvidas pelos alunos e intervenções, no sentido de esclarecer
dúvidas e incentivar o desenvolvimento das atividades. Na sequência será
apresentada uma aula sobre Biomas Terrestres e Biodiversidade.
Após isso, os alunos serão conduzidos à sala de
vídeo, onde será tocada a música “Rosa de Hiroshima” de Vinícios de Moraes e
alguns slides sobre os efeitos da explosão da bomba atômica serão mostrados. Em
seguida, será levantada uma discussão sobre as implicações da utilização da
energia nuclear, mas uma vez instigados com perguntas:
ü
Foi apenas em Hiroshima e Nagasaki que ocorreram
problemas devido ao uso de energia nuclear? Em caso negativo, onde mais?
ü
No Brasil o que ocorreu em Goiânia na década de
80 referente ao assunto? Como o caso foi tratado?
ü
Em Belém há o risco de acidentes relacionados ao
uso de energia nuclear? Onde e como poderiam ocorrer?
ü
Quem descobriu a radioatividade e como ela tem
sido utilizada no último século “para o bem e para o mal”?
ü
Além da radioatividade, como a radiação
ionizante tem sido utilizada como recurso diagnóstico? Qual a diferença entre
radioatividade e radiação ionizante?
ü
Como a sociedade pode se proteger dos riscos e
como estamos envolvidos pessoalmente em nos proteger e defender nosso direito
de acesso a tratamento com radiação sem acarretar riscos à nossa saúde?
Novamente os alunos serão divididos em cinco
equipes e cada um ficará responsável de responder uma das cinco primeiras
perguntas e apresentar propostas que respondam a última pergunta.
4º MOMENTO:
1 AULA
A aula ocorrerá na sala de vídeo onde será
apresentado um documentário sobre o acidente de Goiânia. Os alunos serão
convidados a darem sua contribuição por compartilhar das pesquisas feitas sobre
o tema.
Os alunos receberão uma cópia da carta de Einstein
ao Presidente Roossevelt, de 2 de gosto de 1939 e serão incentivados a
responderem a Einstein, discutindo o assunto, propondo ações ou pedindo
esclarecimentos. A carta deverá ser entregue na aula seguinte.
Antes de encerrar a aula os alunos serão orientados
quanto a suas pesquisas e propostas. Serão esclarecidas eventuais dúvidas e questionamentos.
5º MOMENTO:
2 AULAS
Para o melhor desenvolvimento das atividades os
alunos assistirão uma aula com os seguintes assuntos:
ü
Descoberta da radioatividade;
ü
Utilização da energia nuclear para diagnóstico
médico, para produção de energia e para fins bélicos;
ü
A diferença entre Radioatividade a Radiação
Ionizante;
ü
Os efeitos nocivos da radiação e limiares de
dose;
ü
A tecnologia utilizada atualmente para
tratamento médico e diagnóstico.
ü
EPIs e sua utilização;
Em seguida será
retomada a discussão sobre o que se tem feito em Belém para informar a
população dos riscos do uso da radiação ionizante e exames constantes
desnecessário. Os alunos apresentarão suas propostas referentes ao
tema-problema social apresentado.
Os alunos serão informados da data em que irão
apresentar para a comunidade as suas ações.
TURMA
F4TJ03:
Em virtude desta turma ter as três aulas
semanais em um único dia a programação será a mesma, no entanto as atividades
serão programadas para ocorrerem apenas em três momentos.
8 – Recursos Materiais:
ITENS
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Qtde
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VALOR UN. R$
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VALOR TOTAL R$
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VÍDEO
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NOTE BOOK
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CAIXA DE
SOM
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PROJETOR
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CÓPIA E
IMPRESSÃO
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140
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0,10
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14,00
|
TOTAL
|
14,00
|
9 – CRONOGRAMA:
DIA/MÊS
|
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
|
|||||||||
19/09
|
20/09
|
25/09
|
26/09
|
27/09
|
02/10
|
03/10
|
04/10
|
||
TURMA B (PRIMEIRO MOMENTO)
|
X
|
|
|
|
|
|
|
|
|
TURMA A (PRIMEIRO MOMENTO)
|
|
X
|
|
|
|
|
|
|
|
TURMA A (SEGUNDO MOMENTO)
|
|
|
X
|
|
|
|
|
|
|
TURMA B (SEGUNDO MOMENTO)
|
|
|
|
X
|
|
|
|
|
|
TURMA A (TERCEIROMOMENTO)
|
|
|
|
|
X
|
|
|
|
|
TURMA A (QUARTO MOMENTO)
|
|
|
|
|
|
X
|
|
|
|
TURMA B (TERCEIRO MOMENTO)
|
|
|
|
|
|
|
X
|
|
|
TURMA A (QUINTO MOMENTO)
|
|
|
|
|
|
|
|
X
|
REFERÊNCIAS:
AULER,
D. Alfabetização científico-tecnológica:
Um novo “Paradigma”? 2003.
BRITO,
L. P. e GOMES, N. F. O ensino de física
através de Temas no atual cenário do ensino de Ciências. VI ENPEC,
Florianópolis, SC, 2006.
FREIRE,
P. Pedagogia do Oprimido. 17 ed. Rio
de Janeiro:Paz e Terra, 1987.
SANTOS, W.L.P. e MORTIMER, E.F. Tomada de decisão para ação social
responsável no ensino de ciências. Revista Ciência e educação v.7 No1, p
95-111, 2001.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 23 Ed. São Paulo: Cortez, 2007.
SILVA, P.F. e KRASILCHIK M. Bioética e percepções de licenciandos de
ciências e biologia – contribuições para os desafios do século XXI.
TEIXEIRA, P. M. M. Educação científica e movimento CTS no quadro das tendências
pedagógicas no Brasil. 2003.
Registros anexos:
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